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terça-feira, 18 de dezembro de 2012

PE. CARDOZO: Carta aberta aos padres silenciosos

CARTA AOS PADRES SILENCIOSOS



“O erro a que não se resiste, resta aprovado; a Verdade que não é defendida, resta oprimida”.

Papa São Félix III

Caros confrades,

Em suas cartas me dizem que esperam que por algo grave para poder atuar... O que é o “grave” que esperam?... Que vos peçam para rezar a missa nova com uma acólita feminina e dar a comunhão na mão, como já o fazem alguns Padres de Campos? Uma vez que aceitamos um erro, qual será a norma para não fazer o mesmo com o próximo erro? Qual é o limite? Vimos cair sacerdotes “duros”, que hoje em dia, além de serem modernistas absolutos, se consumem em escritos contra a ortodoxia Católica... Quem vos assegura um retorno aos que foram os sãos princípios da Tradição católica que recebemos do nosso Fundador Mons. Lefebvre? Não foram grave o suficiente a carta de Fellay aos três bispos, a expulsão de Mons. Williamson, as mentiras e a ambiguidade contínua de vossos superiores?

Creio que muito se enganam, e enganam as almas postas por Deus em vossa responsabilidade, dizendo que a Fraternidade continua a mesma, que o acordo não foi firmando etc. ... Como pode ser a mesma a partir do momento em que o líder religioso Fellay responde aos três bispos, em maio deste ano, minimizando os erros do Vaticano II e enaltecendo Bento XVI como se fosse um fiel instrumento de Cristo; quando se insiste que devemos “dar o passo para a igreja oficial”... Se nós estamos na Igreja de Cristo... por que dar o “passo” para uma igreja conciliar à qual nunca, em princípio, quisemos pertencer? Ou será que vós também pensais que estamos fora da Igreja?... Somente isso daria lógica ao vosso agir!... Um de vocês me disse que devemos aplicar a regra de Santo Inácio: “no tempo de tribulação, não fazer mudanças...!”. Precisamente!... Por que mudar de congregação!... Devemos continuar sendo Católicos!... Devemos continuar sendo membros da Fraternidade fundada por Monsenhor Lefebvre, que nada tem a ver com a seita que tem ocupado nossos priorados, escolas, capelas e seminários. Ou não é suficientemente evidente que os princípios dessa seita não têm nada a ver com a Fraternidade São Pio X e seu combate antimodernista? Como podem, agora, criticar o Vaticano II, quando vosso chefe diz que “não uma super-heresia”. Como vão dizer algo contra a beatificação, por exemplo, de Paulo VI, quando vosso líder diz que Bento XVI é uma pessoa “íntegra”!... Onde vós vedes que as quatro notas que identificam a Igreja de Cristo estejam na Igreja conciliar, igreja para a qual vossos chefes se empenham em vos arrastar?


O vosso silêncio já é escandaloso! Sacerdotes de fora da Fraternidade têm reagido; fiéis clamam para que se diga a Verdade, levantando suas vozes. E vós, como única resposta, tende o silêncio ou a queixa entre quatro paredes?... Não é isso covardia?... Não é cumplicidade?... Omissão?... Com vosso silêncio não estais amparando os erros modernistas de vossos líderes?... E o vosso juramento anti-modernista? O que houve com ele?... Ou será que não haverá morte, juízo, inferno para vocês?

Dias atrás, li o seguinte:



“Quem são os que seguem o caminho do inferno?

São, em primeiro lugar, os homens que, abusando da autoridade, em qualquer ordem, arrastam para o mal os seus subordinados, seja pela violência que pela sedução. Os aguarda ‘um julgamento muito mais duro’. Verdadeiros Satanases da Terra, a eles são dirigidas, na pessoa de seu pai, as terríveis palavras das Escrituras: ‘Ó, Lúcifer, como caístes das alturas do Céu?’¹.” (Monsenhor de Ségur, Inferno, cap. III.)



Por calar, estamos como estamos!

Rogo a Deus para que deixais vosso silêncio e clamais diante de tanta desordem e apostasia. A falsa prudência encobre covardias e falta de fé; o silêncio beneficia apenas o inimigo.

P. E.J.J. Cardozo

N. Friburgo-Brasil-Dezembro-2012



1 Isaías, 14,12 - N.d.Tª.

Fonte: Pe. Ernesto J. Cardozo.

Tradução: Giulia d'Amore di Ugento.
Também publicado em espanhol: APOSTOLADO EUCARISTICO.

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